Rebeca entrou em contato com a nossa equipe há alguns dias e numa conversa sugerimos que ela, como mãe e esposa de jogadores de rugby, falasse um pouco como é a vida de alguém que não joga, mas vive de pertinho esse mundo da bola oval.
Obrigada pela carta Rebeca e parabéns pela família!
Simplesmente uma observadora....
Meu nome é Rebeca e participo “indiretamente” do mundo oval...
Indiretamente significa: olhar, acompanhar, sofrer, consolar, se espantar com machucados e roupas imundas (Aff!) e óbvio ficar muito, mas muito brava com a falta de atenção constante.
Pois é. Marido argentino tem rugby no DNA certo? E filhos de argentino? Bom....tem também (mesmo sendo brasileirinhos), garanto isso pra vocês. Claro que não precisa ser parente dos “hermanos” pra gostar desse esporte, mas considerem que dos times Sul Americanos, os Pumas são os que mais se destacam, por isso a referência.
Eu sofro gente....ah como sofro...em todos os sentidos.
Um rugbier mesmo, larga tudo pela paixão que trás esse esporte. Tem um quê de segunda família...mas no meu caso sinto que o rugby é primeira família.
São noites durante a semana e finais de semanas com sábados intermináveis, com um tal de “Terceiro Tempo” insuportável que não acaba nunca!!
Das 4 televisões da casa, 4 estão sintonizadas em algum jogo ou DVD que alguém emprestou pra assistirem e sei lá...”ficarem melhores”? Agora com a Copa do Mundo nem preciso dizer...
Isso é paixão mesmo! Amor! Não sei explicar....mas é.
Qual a solução para uma mãe, namorada e esposa dessas figuras? Resignação....
Se entregar, deixar rolar e saber entender o quanto é importante pra eles viver tudo isso.
Ah! Essa é a palavra: Viver. Isso é vida pra eles! Não que eu não seja, porque na hora de ajudar, correr pra comprar um protetor pra boca, ou um meião, ou lavar voando o uniforme pro dia seguinte EU viro a Vida deles!!!
É pouco? Alguns podem dizer que sim. Mas na minha percepção, amar de verdade é VER o outro feliz, empenhado, conseguindo vitórias e aceitando derrotas. Torcer junto, perguntar como foi, mesmo não entendendo nada do que eles estão explicando, e mais ainda, fechar os olhos na hora que seu pequeno (nem tão pequeno assim) está lá embaixo de um monte de marmanjos e rezando pra que ele saia inteiro dali!
Por isso insisto. Não adianta lutar contra esse amor...essa paixão...
Apoiar sempre, mesmo que distante, e se orgulhar de que uma pessoa que é “sua”, tenha um objetivo, uma meta, um coração voltado pra um esporte que como todos dizem, cresce a cada dia mais.
Seja companheira no seu limite, mas nunca deixe de valorizar o que é importante pra quem você ama. Nunca.
Um beijo.
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Rebeca |
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Lulu vidrado num jogo :) |