É com muito orgulho que anuncio mais uma equipe feminina de rugby no Brasil, mais precisamente no estado de SP na cidade de Ribeirão Preto: O Raça Rugby Ribeirão. A melhor novidade é que minha grande amiga Amanda Duarte (uma das pioneiras do rugby feminino no nordeste) é capitã e uma das responsáveis pela equipe. Acompanhem conosco como foi a primeira experiência das meninas no último fim de semana.
Texto de Alexia Moraes com colaboração de Amanda Duarte
O time de Rugby feminino de Ribeirão Preto surgiu de conversas em Orkut, com quatro garotas que de alguma forma conheciam o rugby, tinham vontade de treinar, porém não existia nenhum time feminino na cidade. Encontraram-se em 05 de Abril de 2010, num treino do Raça Rugby Ribeirão masculino (formado em 1992 por alunos de medicina da USP e que hoje já é um time da cidade) e com a ajuda dos jogadores deste time nasceu o Raça Rugby Ribeirão Feminino.
Ao longo desses curtos três meses de existência mais garotas foram chegando, e se apaixonando por esse esporte. Sempre enfrentando dificuldades com horários, já que ninguém é atleta 100% do tempo, e todas tentam conciliar seus horários.
Tentamos agendar um campeonato na cidade de Lorena, mas devido a falta de jogadoras com a agenda livre para a viagem de mais de cinco horas e poder jogar dois dias, acabamos deixando de ir. O que fazer para praticar e entrosar mais com amantes do rugby?
De novo com a ajuda do Orkut, uma de nossas jogadoras entrou em contato com uma jogadora do time de São Carlos, através de uma comunidade. Depois de várias conversas pelo site de relacionamento, finalmente combinamos nosso primeiro jogo/treino, a fim de trocar experiências com as garotas de São Carlos, que já jogavam, e nós, aprendizes ainda, mas cheias de vontade de correr com a bola em um jogo real.
Conseguimos um bom campo, ótimos treinadores que estão sempre dispostos a nos ensinar e ajudar. Como os nossos dois treinadores oficiais, João (Teta) e Rene (Montanha), estavam de viagem marcada para Argentina para assistir o jogo dos Pumas X França (estão perdoados!), outros três jogadores do time masculino se prontificaram a nos ajudar com a arbitragem e como técnicos. Obrigada Pedro (Empada), Tonhão e Julio (Vareta)!
Recebemos somente duas jogadoras de São Carlos, já que as mesmas enfrentam as dificuldades que nós também enfrentamos, o velho problema de horário e falta de integrantes. São elas a Chris Vianna e a Karla Nóbrega. Fizemos o famoso “catadão”, misturando as duas com as nossas próprias jogadoras. Tudo era muito novo para o nosso time, e os juízes foram nos instruindo sobre o que fazer. Formando Scrum, Huck, Line out, todas as formações como se fosse a primeira vez de uma criança em um parque de diversões, mas, para nós, realmente era a primeira vez. O primeiro jogo. Mesmo assim não pegamos leve, mesmo jogando nós, contra nós mesmas e as garotas de São Carlos. Alguns lances engraçados, duvidosos e estranhos, mas outras jogadas que foram elogiadas depois, no terceiro tempo. Lances que renderam boas reavaliações, de como fazer, de como foi feito, do que concertar.
No final do jogo trocamos experiências, cumprimentos e o resultado de tudo isso foi um bom relacionamento entre esses dois times, e esperamos que São Carlos consiga formar um time para nos receber, da mesma maneira que as recebemos. E se não formar, faremos um novo "catadão". O terceiro tempo não deixou de acontecer, por mais que não tenha sido um jogo oficial, de um campeonato. Jogo é jogo, e tem que ter o terceiro tempo. Tem modo melhor de se conhecer? Trocar experiência? Terceiro tempo! As recebemos como irmãs e nos respeitamos assim como no jogo.
Nada além do Rugby nos deu amigas e parceiras dessa maneira. São novas amizades, são quatorze garotas que se tornaram nossa família. Família Raça Rugby Ribeirão. E quando vierem jogar com a nossa família, em nossa cidade, serão considerados nossos parentes de amor ao esporte, ao jogo, as tradições.
Fica aqui nosso agradecimento aos meninos, que todas as segundas e quartas nos treinam e nos ajudam. Reconhecemos que esse é um grande esforço, visto que eles também treinam duas vezes por semana e cursam medicina, o que exige bastante do tempo deles.
Muito obrigada às meninas de São Carlos pelo dia de rugby! Obrigada pelo jogo, pelas palavras, pelo brinde, pela dança, pelo terceiro tempo, por tudo! Todo time novo deveria começar assim, aprendendo o verdadeiro espírito do Rugby com jogadoras dispostas a levar esse espírito e a tradição à diante. Vocês foram fundamentais para que isso acontecesse.
E obrigada a todas as meninas do time pelo esforço e dedicação, cada uma a sua maneira. É visível nossa evolução em três meses, não só como jogadoras, mas como um time, cada vez mais unido.
Viva o Rugby.
O Raça Rugby Ribeirão agradece ao Centro Universitário Moura Lacerda que nos cedeu o campo para que pudéssemos realizar este jogo e os treinos de todas as quartas-feiras.
O Centro Universitário Moura Lacerda apóia o Rugby.
Contatos do Raça Rugby Ribeirão
Orkut: http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=99387808
Site: http://www.racarugbyribeirao.com.br/