Por John Birch publicado originalmente no www.scrumqueens.com
Tradução de Maíra Leal
Em 2010, o rúgbi feminino à sete (seven´s ou Seven-a-side) foi colocado em segundo plano. A forma reduzida do jogo teve o seu maior ano em 2009 quando aconteceu sua primeira Copa do Mundo de Rúgbi, e esse ano todos os olhos foram para a versão completa do jogo que teve sua própria Copa do Mundo.
Entretanto, mesmo sem alcançar as manchetes do mundo do rúgbi, o rúgbi a sete tem estado bem longe da calmaria. Oitenta nações jogaram mais de 275 partidas internacionais de Sevens em 21 torneios ou em partidas combinadas fazendo desse ano o terceiro mais competitivo do esporte. Em comparação ao jogo de XV – incluindo a Copa do Mundo – que teve apenas 75 partidas e apenas 26 nações foram representadas.
No rúgbi sevens, três times terminaram o ano com 100% de aproveitamento – a campeã européia Espanha, as Campeãs africanas Tunísia, e a campeã da série B européia (equivalente a terceira divisão da Copa Européia de Sevens), Ucrânia. A Ucrânia passou a participar do Circuito Europeu em 2009 e agora – com a nove vitórias consecutivas no seu cartel – elas subiram para a segunda divisão onde suas maiores adversárias serão o selecionado da Bélgica e da Finlândia. Será que elas conseguem uma ascensão à uma outra divisão em 2011?
Moldova foi campeã de 2010 da série “A” do torneio Europeu, reconquistando o primeiro lugar na tabela que haviam perdido no ano anterior – mas elas ganharam a divisão por um fio, batendo a Suíça por apenas dois pontos na final e tendo arrancado da Bélgica um empate e tendo ganhado de Andorra por apenas um ´try´.
Mas se o torneio ‘A’ foi apertado, o contrário aconteceu com o “Top 10” Europeu, apenas um time se sobressaiu. Com as inglesas, atuais campeãs, mandando apenas um time desfalcado para Moscow ( por boas razões!
) as espanholas que foram vice em 2009 jogaram as campeãs para escanteio, marcando 160 pontos e concedendo apenas 4 tries – dois dos quais foram concedidos na final contra a Holanda. A vitória uma inesquecível dobradinha espanhola, que já tinham levantado o caneco com campeonato Europeu de XV e receberam um elogio no Parlamento espanhol e uma reunião de alto nível com o Ministro dos Esportes daquele país.
As limitações financeiras asseguraram que o Campeonato Africano de Rúgbi fosse ainda mais unilateral. A vitória da especialista em jogo à sete, Tunísia, não foi inesperada. Mas com quase nenhuma representação do sul e do leste da África em Burquina Faso, essa vitória não dependeu de grande esforço por parte da Tunísia. Mais tarde no ano, as campeãs africanas tiveram jogos muito mais disputados contra Malta, que acabara de ganhar a divisão “A” européia, com uma vitória de 19-7 em um jogo teste. No sudoeste africano aconteceram os dois maiores torneios de sete e ambos terminaram com finais entre Zâmbia e Zimbábue, com muita alegria essas nações tiveram a chance de finalmente bater a rival sobre o Limpopo no Banc ABC 7´s em Harare.
O Brasil foi mais uma vez forte demais contra seus rivais na América do Sul, mas seu time se mostrou notadamente pouco competitivo no torneio de 7´s de Dubai no final do ano. Postas de lado pela Vitório da França por 35-0 antes de terminar como vice-campeãs da Taça Prata. Como donas da casa dos Jogos Olímpicos de 2016 é óbvio que elas tem que arrumar um jeito de entrar em mais torneios fora de seu continente se elas quiserem evitar serem deixadas para trás do resto do mundo.
Similarmente isolada do mundo, a Guiana retomou seu título da NACRA, e permanecem o destaque entre os times do Caribe, novamente isso vai ser pouco se elas não conseguirem jogar em outros lugares e com maior freqüência. Entretanto foi na Ásia que a maior parte da ação desse ano aconteceu.
Além do tomador de manchetes time do Irã, na primeira apresentação de um time de rúgbi a 7 em um torneio de vários esportes, a maior parte do continente teve um fantástico e ocupado ano – Singapura jogou 23 jogos internacionais dignos de nota 9 (além de outros contra seleções não oficiais) entre o Torneio de Hong Kong em Março até os jogos asiáticos em Novembro e elas não estavam sozinhas – Índia jogou 20, Japão 19, e Hong Kong 18.
As internacionalmente mais ocupadas jogadoras de rúgbi começaram com 13ª Edição do Torneio mais antigo de 7 feminino (Hong Kong). Doze times entraram no torneio – 9 seleções nacionais, ao lado de 3 seleções não oficiais de Austrália, Nova Zelândia e África doSul. Quando a poeira assentou a final de 2009 se repetiu, exceto a parte da não oficialidade da seleção Australiana que passou pelas Chinesas conquistadoras que atropelaram suas companheiras asiáticas e até a final só haviam concedido apenas um try contra o Casaquistão na semi-final.
Mas esse era para ser o ano da China. Não haverá nenhuma dúvida em relação a isso – o roteiro já estava escrito. A temporada caminhava para um clímax e esse clímax era pra ser as chinesas recebendo as suas medalhas de ouro em frente a uma multidão em sua casa no Jogos Asiáticos.
Apenas a Austrália – Campeãs mundiais – havia ganhado delas desde a Copa do Mundo e elas nunca perderam em casa. Com a final do Torneio de Hong Kong debaixo dos braços a Copa Asiática logo aconteceu. Servindo, efetivamente, de ensaio para os Jogos Asiáticos, a China dominou. A menor margem de vitória foi a da final – uma vitória de 26-10 contra o Cazaquistão.
Com a proximidade dos Jogos da Ásia chegando, o Cazaquistão finalmente alcançou um título na Copa Asiática do Pacífico, em Borneo, mas as chinesas não estiveram lá. Os dois times estiveram ausentes no torneio de aquecimento de Singapura – ganho pelo Japão – antes dos times líderes do continente finalmente chegarem a Guangzhou. Sem conceder um único ponto a China chegou à final, seus oponentes foram o Cazaquistão e elas ganharam da China por 17-14. O ano internacional para o rúgbi de sete terminou então, com o resultado mais chocante do ano!
Ganhadoras de Torneios Internacionais
América do sul (Mar Del Plata - Argentina) – Brasil
EUA (las Vegas) China
Hong Kong – Aussie Amazons
Guadalupe in St. Lucia- St. Lucia
Europeu divisão B (Odense, Dinamarca) Ucrânia
Europeu divisão A (Bucareste, Romênia) Moldova
Amsterdã – Wop (Holanda)
África (Ougadougou, Burquina Faso) Tunísia
Careassone – Portugal
Europeu “ Top 10” (Moscow) Espanha
Asia (Guangzhou, China) China
NACRA (Georgetow, Guiana) Guiana
Castle (Lusaka, Zâmbia) Zâmbia
Friendly Cup (Lviv, Ucrânia) Ucrânia
Ásia-Pacífico (Kota Kinabalu, Borneo) Cazaquistão
BancABC Sevens (Harare, Zimbábue) Zimbábue
Singapura – Japão
Malta na Tunísia – Tunísia
Jogos Asiáticos (Guangzhou, China) Cazaquistão
Dubai – Sumurui Dubai