21 de mai. de 2012

Rugbi também é coisa de mulher no RN

Riane Brito
Da Redação do Potiguar Notícias


O rugby ou rúgbi é um esporte em que os seus jogadores passam a bola oval com as mãos e buscam alcançar a linha de fundo, para impedir que os jogadores do time adversário tentem derrubar no chão aquele que estiver com a bola. Quando não conseguem parar o adversário, os torcedores gritam “tryyyy” ao invés do popular “gooool”. À primeira vista, o rugby parece um jogo violento no qual os rugbiers, como são chamados, apenas se empurram e jogam uns aos outros no chão, mas, diferente do que se pensa, o rugby é um jogo coletivo, em que se vê é baseado no respeito e cumplicidade entre os praticantes.

A tradição esportiva demorou a se espalhar pelo Brasil, concentrando-se nas regiões sul e sudeste. Os primeiros clubes do nordeste, por exemplo, datam da segunda metade da primeira década dos anos 2000. Felizmente, a perspectiva é de que esse cenário mude até a volta da modalidade aos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012. A Delloite, que presta consultoria empresarial, realizou recente pesquisa que detectou o rugby como o esporte que mais cresce no Brasil, seguido das artes marciais, devendo ser alvo de investimentos nos próximos anos.

O esporte é originário da Inglaterra e existe oficialmente desde 1863, mas só chegou às terras potiguares em 2005, quando foi criado o Potiguar Rugby Club e, um ano depois, foi fundado o Potiguar Rugby Clube Feminino e compartilhavam o campo e os treinos com os marmanjos. Na época, o time encarou muitas caras feias, uma vez que as pessoas costumam ver com olhos preconceituosos mulheres que praticam esportes os quais os homens dominam como o futebol e o rugby. As dificuldade em encontrar praticantes e patrocínio extinguiram o time feminino no fim de 2009.

 Em 2011, recriado o time feminino e retomando as atividades, fazendo excelente temporada, impulsionou a procura por mais praticantes no Estado. A capitã do time Maíra Leal, em entrevista ao PN, disse que o rugby não é só um esporte, é um estilo de vida: “Para praticá-lo, são necessárias jogadoras de todos os biotipos: altas e baixas, gordas e magras, velozes e lentas. Tem sempre um lugar para quem quiser jogar. Além disso, por se tratar de um esporte amador, é perfeito para quem se sente um pouco abandonada na prática esportiva quando deixa a universidade. No mundo inteiro, mulheres de várias idades praticam rugby” disse.


NOVA FASE

Este ano o rugby potiguar feminino enfrenta uma nova fase, com um bom número de atletas treinando, e disputa o circuito feminino de rugby que segue na sua segunda edição. A primeira etapa foi disputada recentemente em Recife onde o time alcançou bons resultados “Não fomos a surpresa do campeonato, o Mandacaru de Maceió, certamente levou esse título. Não fomos dessa vez o time menos experiente. Esse título é certamente do time de Salvador. Não fomos o melhor time, o Recife é certamente o time de rugby feminino mais desenvolvido da Região Nordeste. Não disputamos o primeiro lugar e mostramos que brigamos pelo título, como Teresina. Não fomos as meninas mais novas com um futuro brilhante pela frente, como as meninas do time B do Recife foram. Fomos nós. Pela primeira vez, com todas as dificuldades, com os bons e os maus momentos, com coragem. Nessa etapa, fomos  depois de muito tempo, um time. Dividimos responsabilidades, conquistas e temos muitas histórias pra contar. Rimos e choramos. Jogamos menos do gostaríamos e queremos mais. Mal podemos esperar a segunda etapa” disse a capitã.

Agora com o olhar para o futuro as jogadoras partem em julho para o Piauí, onde será realizado a segunda etapa do circuito feminino de rugby e lançaram a campanha “Ei, ajuda a gente ir pro Piauí!” e estão desenvolvendo atividades para arrecadar dinheiro. Tudo vale: vender rifas e camisetas, correr atrás de patrocínio e até fazer barraquinha de bebida em festas. “Temos orgulho do nosso trabalho, do que conquistamos, pode não ser nada nos olhos dos outros, mas somos um time. A cada vez que tenho um treino com time completo, ou um jogo, sinto que uma parte do sonho se realiza. Quero mais, quero ter um time competitivo para o próximo NE 7’s, quero realizar jogos femininos em Natal, quero montar uma escolinha de rugby na comunidade onde vivo e vou realizar cada um desses sonhos com a ajuda das minhas companheiras de time.”,  afirmou.

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