21 de jun. de 2012

Considerações sobre o Super Sevens

Quem acompanha o Rugby de Calcinha no grupo do Facebook (mais de 800 usuários!), houve uma discussão lá sobre o Circuito Brasileiro de Rugby Sevens Feminino, o Super Sevens, que terá a primeira etapa de sua primeira edição agora, dia 30 de junho. Diversos aspectos foram abordados para que pudessemos analisar um pouco a esfera do rugby feminino nacional como um todo.

A proposta da CBRu é criar um campeonato todo voltado para nós, mulheres, com os seis melhores times do Brasil (escolhido pelos resultados do Campeonato Brasileiro de 7's, já contando as colocações de 2011) e alguns times convidados. Serão cinco etapas, uma por mês, tendo São José dos Campos, interior de São Paulo, como primeira arena de jogos.

O intuito do órgão máximo do rugby brasileiro é preparar e estimular as atletas da modalidade olímpica a se prepararem para os jogos de 2016, no Rio de Janeiro. Para isso, arcará com parte dos gastos dos times que, ainda com caixa pequeno, muitas vezes não competem por não conseguirem custear as viagens.

Os times participantes serãoSPAC (SP), Niterói (RJ), Desterro (SC), Charrua (RS), São José (SP) e Bandeirantes (SP), todos da parte sudeste/sul do país. Os primeiros times convidados serão Pasteur (SP), Usp (SP), BH Rugby (MG) e Urutau (PR).

Voltando à discussão do grupo, foi questionado o principal que incomoda: e quem está fora do eixo sul/sudeste? E o rugby nordestino? E quem está na região norte do país? Como são definidas (após reunirem as colocações do sevens nacional) as equipes convidadas? A CBRu não deu maiores esclarecimentos sobre isso.

Muitos defenderam a posição do órgão em "excluir" a parte norte do país devido o grande custo que é deslocar times e comissão técnica para campeonatos. Nosso país continental exclui mesmo quem tenta ingressar a elite do rugby. Também apontam a desorganização dos times, que agem de forma amadora, sem filiação à CBRu.

O porém é: já existe um campeonato feminino organizado na região. O Circuito Feminino Nordestino de Rugby Sevens está na sua terceira edição, totalmente independente. Ou seja, há organização sim entre os estados. Ainda que a maioria dos times (inclusive masculinos) não sejam afiliados. Aliás, é óbvio que os times querem ser regularizados na federação. O problema está nos altos custos cobrados pela CBRu e na atual falta de diálogo entre organizações.

Por que não é do interesse da instituição aprimorar outros times fora da área já tão batida? Tudo bem, é compreensível a parte financeira, mas e a parte institucional? Por que não tentar ajudar já que é notória a vontade de crescer lá também? As meninas do nordeste e norte também querem ser da seleção, também querem competir e aprimorar a qualidade técnica em cada try, tackle e hand off nas jogadoras sudestinas e sulistas mais experientes. E também, se elas quiserem realmente crescer, que busquem maior diálogo e aproximação para regulamentação dos times. É insistindo, organizando, trabalhando para isso que talvez dê certo colocar representantes de outras regiões no Super Sevens.

"CBRU, olhai por nós!"

Mais informações sobre o Super Sevens, clique aqui.


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Um comentário:

  1. Pra mim, vai muito além disso. Quando se formula um campeonato desse porte, tem que ser pensada uma forma de acesso ao mesmo com todos os seus critérios.
    Isto porquê, todos os times de fora tem que saber como e se preparar para tentar ascender ao campeonato, É necessário ser feito um planejamento, a não ser que o órgão máximo do esporte no país se contente em desenvolver apenas esses seis times e não o esporte como um todo pelo país (que eu acredito deveria ser o seu principal escopo).
    Os critérios de convite também deveriam ser mais objetivos, pois, mantendo-os discricionários, a segregação pode tornar-se cada vez maior.
    Sabendo das dificuldades do rugby nacional, creio que, mais hora menos hora o time de Recife, por exemplo, será um dos convidados, porém, acredito que seja na etapa de SC ou RS, o que elevará demais os custos para a equipe.
    Parece que a CBRu leva consigo a máxima de "se eu posso dificultar, pra que facilitar?"

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