Passada uma semana do famigerado Dia Internacional da Mulher, ficaram além das rosas a premissa de fazer do dia-a-dia uma oportunidade para batalhar pela igualdade de gênero e, especificamente no nosso caso, por mais espaço e reconhecimento da nossa prática esportiva.
Cada uma de nós saberia nomear na ponta da língua algum momento em que o rugby feminino foi menosprezado ou tratado como uma subcategoria do esporte, em situações que vão desde absurdos como o discurso machista de que “rugby não é coisa de mulher” até pequenos incômodos como o fato de os jogos das equipes femininas serem disputados normalmente nos piores horários em torneios mistos. Ok, é necessário reconhecer que, dentro e fora do Brasil, o rugby feminino vive um momento muito diferente do masculino em praticamente todos os aspectos: visibilidade, número de praticantes, reconhecimento de mérito, amplitude de calendário, recursos etc. Levar isso em conta é fundamental para estruturar um planejamento coerente de desenvolvimento para o rugby feminino nos próximos anos, mas isso em momento algum pode ser encarado como um status de inferioridade do rugby feminino em relação ao masculino.
Divulgamos algum tempo atrás o Women’s Rugby Strategy Plan 2011-2016 elaborado pelo International Rugby Board, que traz um diagnóstico bem embasado da situação atual do rugby feminino nos países que compõem a união e algumas diretrizes básicas de desenvolvimento e metas a serem atingidas nos próximos cinco anos. O conteúdo, apesar de claro, não é de tão fácil compreensão: além de estar disponível somente em inglês e em linguagem formal, a principal dúvida que fica é o que exatamente nós, mulheres no rugby, podemos fazer para ajudar a atingir essas metas propostas? Onde estamos inseridas nesse contexto? Quem somos nós diante de um cenário maior de diagnóstico e de plano de desenvolvimento?
Pensando nisso, a partir de semana que vem disponibilizaremos em partes aqui no blog o plano estratégico traduzido para o português acompanhado sempre de uma reflexão crítica a respeito do tema. Os capítulos do plano fazem um diagnóstico de diversos aspectos do momento vivido pelo rugby feminino hoje (categorias de base, caminhos do alto rendimento, desenvolvimento de XV no momento de ascensão do Sevens como modalidade olímpica etc), e apontam algumas diretrizes gerais que deverão nortear a condução do desenvolvimento do esporte.
Obviamente o blog não tem a menor pretensão de apontar soluções para os desafios que se colocam à nossa frente, apenas tornar mais acessível o conteúdo do plano para que não percamos de vista o fato de que o desenvolvimento do rugby para e por nós depende de um esforço conjunto, diário e ininterrupto. Todas sabemos dos esforços que podemos empreender para melhorar nosso jogo na individualidade: acertar aquele passe, melhorar o condicionamento, aprimorar a corrida etc. Talvez seja esse um momento oportuno para refletirmos mais também sobre o que podemos fazer para melhorar o rugby feminino na coletividade.
Ta ai um post digno de estar em um blog sobre rugby FEMININO! mal posso esperar pelos próximos.
ResponderExcluirO que a IRB quer de nós?!
Valeu Ballet.
Bjo.
"Bernadet"
Sul-Americano de Rúgbi de 7
ResponderExcluir11/03/2012 16h57 - Atualizado em 11/03/2012 17h32
Em 'esporte de homens', meninas do Brasil fazem bonito e faturam 8º título
Mesmo que entre aspas era desnecessário o adjeitivo no título da página da Globo.com
Não sou jogador, somente torcedor, e acompanho o blog de vocês pelo Facebook.
Abraço!
Muito bom !!
ResponderExcluirTemos 4 anos para desenvolver um projeto de ponta e aproveitar a toda a exposição que nosso esporte terá com as Olimpíadas !!! O momento é agora !!!